O varejo global se prepara para uma temporada especialmente forte: a Salesforce projeta US$ 1,25 trilhão em vendas online no mundo (+4% ano a ano), impulsionadas pela descoberta assistida por IA, que acelera as conversões. No Reino Unido, estima-se um crescimento de aproximadamente 3,8% entre novembro e dezembro, liderado pelo setor de moda.
Nos Estados Unidos, a National Retail Federation prevê, pela primeira vez, entre US$ 1,01 e US$ 1,02 trilhão em vendas totais para a temporada de fim de ano. A composição das categorias está mudando: cartões-presente e vestuário lideram, enquanto eletrônicos perdem força e os presentes experienciais ganham espaço (cerca de 47% dos consumidores planejam oferecer experiências, com saltos ainda maiores em algumas regiões). O segmento de saúde, bem-estar e autocuidado também cresce nas cestas de presentes. O comércio eletrônico continua sendo um motor relevante: a Adobe estima que o e-commerce americano deve atingir cerca de US$ 253 bilhões neste período, enquanto o uso do Buy Now, Pay Later (BNPL) crescerá entre 9% e 12% em relação a 2024. Em síntese: mais gastos totais do que no ano anterior, mas com um deslocamento para presentes práticos, pessoais, voltados ao bem-estar — além de experiências compatíveis com orçamentos mais restritos.
O contexto importa. A dívida das famílias americanas atingiu o recorde de US$ 18,59 trilhões; as taxas médias de cartões de crédito estão em torno de 22%; e metade dos consumidores pretende usar BNPL. Em outras palavras: o custo dos erros financeiros cresce rapidamente.
As vendas de fim de ano podem ultrapassar 1 trilhão de dólares, mas esse marco não deve servir como um aval para gastar sem critério. Use dezembro para criar um “portfólio de vida” festivo, porém mais consciente: estabeleça um limite total, distribua suas despesas entre Essenciais, Significado e Magia (pequenas alegrias), e adote um período de reflexão de 24 horas para compras não essenciais. Lembre-se de que crédito é caro e erros se acumulam rapidamente. Seu melhor “retorno” garantido não está no mercado — está em quitar dívidas de alto juro e escolher presentes alinhados aos seus valores, não aos algoritmos. Gaste com propósito agora para evitar a “ressaca financeira” em janeiro.
Trate seus gastos de fim de ano como um portfólio: sobreponha o que tem valor real e flexibilidade e reduza o que gera peso em janeiro. É assim que o gasto se transforma em estratégia, não em impulso. Seja apreciando a temporada na Saks, nas Galeries Lafayette, na Fortnum & Mason ou na La Rinascente, que suas festas sejam iluminadas… e dentro do orçamento.
Cheryl B. King é uma executiva veterana do setor de investimentos institucionais e autora de Your Worth: Portfolio of a Well-Lived Life (lançamento previsto para março de 2026). Ela já assessorou endowments, fundos de pensão e sistemas de saúde em alocação de capital e gestão de riscos, e é reconhecida por um atendimento ao cliente “incomparável”. Hoje, aplica esses mesmos princípios às finanças domésticas — ajudando pessoas a projetarem seu dinheiro, suas escolhas e seus relacionamentos como um portfólio do qual possam se orgulhar. Fala sobre mentoria, tomada de decisão e consumo com propósito.
por Cheryl B. King
