Diplomacia em Ação: X MDA transformou o Colégio Santo Agostinho em palco de debates globais e protagonismo jovem
Por Claudia Cataldi
Por três dias intensos, os corredores do Colégio Santo Agostinho, no Rio de Janeiro, deixaram de ecoar apenas vozes escolares para dar lugar a discursos, negociações e resoluções dignas das grandes conferências internacionais. Em sua décima edição, o Modelo Diplomático Agostiniano (MDA) reafirmou seu lugar como uma das experiências pedagógicas mais instigantes do Rio de Janeiro, unindo jovens, política e cidadania em um ambiente de simulação e aprendizado real.
Criado para desenvolver a argumentação, a empatia e a consciência crítica de alunos a partir do 9º ano do Ensino Fundamental II, o MDA tem crescido em estrutura, ambição e alcance. A cada ano, novos comitês, novos temas e novos desafios colocam os estudantes no centro de decisões históricas: de crises geopolíticas internacionais ao calor da política estadual.
A última edição, a nona, já havia impressionado pelo número: mais de 300 participantes, entre delegados, diretores e secretários, ocuparam os salões com discursos eloquentes e estratégias diplomáticas afiadas. O evento, no entanto, não é apenas para quem pode pagar: diversos alunos participaram através de vagas sociais, com transporte e inscrições custeados pela organização, uma iniciativa que reforça o compromisso do modelo com a democratização do conhecimento e do espaço de fala.
Entre os destaques de comitês passados, o MDA recriou o cenário tenso da Crise dos Mísseis de Cuba no Conselho de Segurança da ONU, transportou os alunos para o Gabinete de Guerra da Segunda Guerra Púnica, e os fez debater no coração político do estado com uma simulação da ALERJ durante a crise financeira do Rio em 2016, em pleno auge das promessas olímpicas. Temas complexos, escolhidos a dedo para instigar, questionar e desenvolver o senso de responsabilidade dos delegados.
Agora, com uma nova equipe de secretariado e planos ambiciosos de crescimento, o X MDA chega com a proposta de reformular, expandir e aprofundar. O objetivo é claro: tornar o evento mais acessível, mais representativo e ainda mais conectado com outras simulações diplomáticas do Estado do Rio de Janeiro.
“Não é apenas sobre aprender história ou política. É sobre se ver no mundo. Sobre treinar escuta, empatia e coragem para se posicionar”, comentou um dos organizadores da nova edição. E não é exagero: quem passa pelo MDA sai diferente, mais preparado, mais crítico, mais cidadão.
Em tempos de polarização e desinformação, ver jovens de 14, 15 ou 16 anos discutindo tratados, direitos humanos e crises globais com propriedade e paixão é, no mínimo, inspirador. O MDA mostra que o ambiente escolar pode e deve, ser também um espaço de protagonismo, onde diplomacia e debate não são só teoria: são prática viva.
Que venha o XI MDA. O futuro está aprendendo a argumentar.